Sem anistia para golpistas de ontem e de hoje

Para debater os 60 anos do golpe civil-militar de 1964 e seu legado que teima em não acabar, de 28/03 a 05/04 a Boitempo promove debates e oferece descontos de 20 a 50% em seleção de livros sobre o tema em sua loja virtual.

Na madrugada do dia 31 de março de 1964, um golpe civil-militar foi deflagrado contra o governo legalmente constituído de João Goulart, concretizando-se em 1º de abril. Já nos primeiros dias após o golpe, uma violenta repressão atingiu os setores politicamente mais mobilizados à esquerda, como o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), a União Nacional dos Estudantes (UNE), as Ligas Camponesas e grupos católicos como a Juventude Universitária Católica (JUC) e a Ação Popular (AP). Nos 21 anos seguintes, milhares de pessoas foram presas, torturadas e mortas. Sem anistia para golpistas de ontem e de hoje!

Para debater os 60 anos do golpe civil-militar de 1964 e seu legado que teima em não acabar, de 28/03 a 05/04 a Boitempo promove debates e oferece descontos de 20 a 50% em seleção de livros sobre o tema em sua loja virtual.

Para nossa editora Ivana Jinkings, “foram anos sombrios da nossa história, é lamentável a posição do Governo Federal de cancelar eventos oficiais de crítica ao golpe. A Boitempo não poderia deixar de se posicionar. Neste momento de avanço conservador, devemos nos opor com firmeza a quem releva ou propõe o esquecimento dos que mataram e torturaram”.

1964, de Paulo Arantes
Arrigo, de Marcelo Ridenti
Bala perdida
Cabo de guerra, de Ivone Benedetti
Cães de guarda, de Beatriz Kushnir
Caio Prado Junior: o sentido da revolução, de Lincoln Secco
Crise e golpe, de Alysson Leandro Mascaro
Desmilitarizar, de Luiz Eduardo Soares
Ditadura: o que resta da transição, de Milton Pinheiro
Do uso da violência contra o Estado ilegal, de Vladimir Safatle
Educação contra a barbárie, de Fernando Cássio (Org)
Estado e burguesia no Brasil
, de Antonio Carlos Mazzeo
Memórias, de Gregório Bezerra
O ódio como política: a reinvenção das direitas no Brasil, de Esther Solano
O que resta da ditadura, de Edson Teles e Vladimir Safatle (org.)
Poder e desaparecimento, de Pilar Calveiro
Sinfonia inacabada, de Antonio Carlos Mazzeo
Soledad no Recife, de Urariano Mota
Tortura e sintoma social, de Maria Rita Kehl
Um dia esta noite acaba, de Roberto Elisabetsky


Quinta-feira, 28/03, às 16h
Ditadura, redemocratização e direitos humanos, com Beatriz Kushnir, Janaina Teles e Tales Ab’Sáber, mediação de José Bernardes (Brasil de Fato):

Segunda-feira, 01/04, às 10h
1964, o ano que não terminou, com Antonio Carlos Mazzeo, Christian Dunker e Edson Teles, mediação de Natália Viana (Agência Pública):

Se estiver em São Paulo, não perca o debate Para que não se repita: conversando sobre a ditadura com novas gerações, com Cao Hamburguer, Amelinha Teles e Tatiana Filinto, na Livraria Megafauna, dia 4 de abril às 19h:


Ditadura: o que resta da transição, organização de Milton Pinheiro
A coletânea enfrenta o desafio de reinterpretar uma história em que vários aspectos estão ainda por decifrar, desde o contexto por trás do golpe até a campanha pelas Diretas Já. Com ensaios inéditos de pensadores como João Quartim de Moraes, Anita Prestes, Lincoln Secco, Décio Saes, Marco Aurélio Santana, entre outros, o livro traça um rico panorama das continuidades e rupturas na história contemporânea brasileira, abrangendo temas como as mutações da ideologia, o lugar dos intelectuais, dos sindicatos, a mobilização comunista, as políticas econômicas e a presença dos partidos políticos.

O que resta da ditadura: a exceção brasileira, organização de Vladimir Safatle e Edson Teles
Bem lembrada na frase que serve de epígrafe ao livro, a importância do passado no processo histórico que determinará o porvir de uma nação é justamente o que torna fundamental esta obra. Organizada por Edson Teles e Vladimir Safatle, O que resta da ditadura reúne uma série de ensaios que esquadrinham o legado deixado pelo regime militar na estrutura jurídica, nas práticas políticas, na literatura, na violência institucionalizada e em outras esferas da vida social brasileira.

Cães de guarda, de Beatriz Kushnir
Nascido de intensa pesquisa sobre um dos aspectos fundamentais do regime militar: sua relação com os órgãos de imprensa, da censura à colaboração. Beatriz Kushnir a formação, as bases jurídicas e as diretrizes que orientavam o trabalho da censura, baseando-se em extensa pesquisa documental, além de entrevistas, inclusive com onze censores – aspecto inédito – cujo trabalho era “filtrar”, na imprensa e nas artes, o que incomodasse o regime não só no campo político, como também na cultura e até no campo da moral.

Desmilitarizar, de Luiz Eduardo Soares
Segurança pública tem sido tema recorrente na agenda pública, mas sua transformação profunda nunca esteve em cogitação. Nesta obra, o antropólogo Luiz Eduardo Soares coloca em questão as razões para o imobilismo brasileiro em face da questão da violência. A partir do entendimento dos problemas diagnosticados tanto na esfera pública quanto na privada, o autor oferece propostas e orientações claras para superá-los.

Bala perdida: a violência policial no Brasil e os desafios para sua superação
Coletânea que reúne vozes distintas, como psicanalistas, pesquisadores e ativistas, para abordar a complexa problemática da violência policial no Brasil. Desde análises críticas sobre a mídia até reflexões sobre desmilitarização e direitos humanos, oferece uma visão abrangente sobre um tema crucial.

O ódio como política, de Esther Solano (org.)
Um panorama amplo e diversificado das direitas pós-ditadura militar no Brasil, revelando facetas históricas, políticas e culturais que contribuíram para a atual polarização e radicalização política. Este livro oferece reflexões essenciais sobre o panorama político brasileiro.


Crítica do fascismo, de Alysson Mascaro
Análise marxista inovadora sobre o fascismo, oferece uma teoria geral crítica baseada em um século de reflexões. Com enfoque no século XXI, destaca a relação do fascismo com o capitalismo, oferecendo uma base sólida para a luta e a compreensão do fenômeno.

Sinfonia inacabada, de Antonio Carlos Mazzeo
Análise apaixonada e crítica do PCB e da esquerda no Brasil, traça a história destacando erros e acertos, e examina a luta por um futuro melhor, tudo no contexto dos 100 anos de fundação do PCB. Um olhar essencial sobre a esquerda no Brasil.

Memórias, de Gregório Bezerra
Uma impressionante narrativa autobiográfica que traça a vida de um icônico líder da resistência à ditadura militar no Brasil. A história do líder comunista é contada com paixão, sofrimento e a busca incansável por justiça social. Um relato inspirador e impactante da luta por igualdade e socialismo.

Arrigo, de Marcelo Ridenti
Arrigo apresenta ao leitor aventuras e desventuras do personagem que dá nome ao livro. Em uma visita corriqueira, o narrador, participante da narrativa, encontra Arrigo inerte em uma cadeira de balanço. Quando decide procurar ajuda, a porta emperra e o impede de sair do apartamento. A partir daí, decide terminar um antigo projeto de contar a história de Arrigo e companheiros enquanto aguarda socorro para tirá-los do esvaziado edifício Esplendor, no centro de São Paulo. Autor de diversas obras de não ficção, Ridenti traz em seu romance de estreia uma mescla de realismo e fantasia e revisita pela ficção cem anos de história da esquerda brasileira.

Um dia esta noite acaba, de Roberto Elisabetsky
Neste romance histórico, Roberto Elisabetsky entrelaça a história de uma família com a história recente de nosso país, por meio de uma estrutura que alterna a ação das personagens no dia do comício com recortes históricos de sua trajetória e a do Brasil, desde o fim da década de 1950 até aquela fatídica noite. Ambas as narrativas convergem para um desfecho surpreendente e emocionante. Uma história sobre o preço pago pela sociedade brasileira na luta por direitos democráticos, em contraponto aos riscos que a democracia enfrenta novamente no atual momento político do país.

Soledad no Recife, de Urariano Mota
O livro Soledad no Recife percorre as veredas dos testemunhos e das confissões ao reviver a passagem da militante paraguaia Soledad Barret pelo Recife, em 1973, e a traição que culminou em sua tortura e assassinato pela ditadura militar. Delatada pelo próprio companheiro Daniel, conhecido depois como Cabo Anselmo, Soledad morre com um grupo de candidatos a guerrilheiros, na capital pernambucana, pelas mãos da equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury. O episódio ficou conhecido como “O massacre da chácara São Bento” e revelou-se mais um extermínio do que um confronto armado. A trama real inspira o romance em que Urariano Mota – com a propriedade de que viveu e sobreviveu aos anos pós 1964 – resgata os vestígios da traição arquitetada contra Soledad e contra o país naqueles tempos, com o olhar reflexivo de quem volta ao passado. 

Cabo de guerra, de Ivone Benedetti
O arrebatador Cabo de guerra invoca fantasmas do passado militar brasileiro pela perspectiva incômoda de um homem sem convicções transformado em agente infiltrado. No final da década de 1960, um rapaz deixa o aconchego da casa materna na Bahia para tentar a sorte em São Paulo. Em meio à efervescência política da época, que não fazia parte de seus planos, ele flerta com a militância de esquerda, vai parar nos porões da ditadura e muda radicalmente de rumo, selando não apenas seu destino, mas o de muitos de seus ex-companheiros.


A ditadura é assim, de Equipo Plantel, com ilustrações de Mikel Casal
O cotidiano de um emburrado ditador ilustra como funciona a sociedade dentro de um regime autoritário. A ditadura é assim é o segundo volume da coleção Livros para o amanhã, que discute a maneira como as pessoas se relacionam em sociedade. O propósito deste livro é mostrar o funcionamento e os perigos da ditadura partindo de exemplos simples, a fim de que as crianças compreendam o problemas existentes em um sistema político que privilegia uma única corrente de pensamento em detrimento das outras.

A misteriosa história do ca.di.re.me., de Tatiana Filinto
Em um mundo de conexões instantâneas, Julia e Olivia desvendam segredos através de cartas, mergulhando em reflexões entre endereços distantes. Quando o misterioso sumiço do diário compartilhado por elas se entrelaça com o desaparecimento de Zulmira na ditadura, uma trama delicada e cheia de mistério se desenrola. Amizade, amor e transformação costuram esta narrativa única, convidando você a desvendar enigmas e emoções entre páginas

Confira também os dossiês temáticos no Blog da Boitempo:
50 anos do AI-5
O que resta do Golpe de 64


Na TV Boitempo, fizemos uma playlist especial com vídeos que comentam, explicam e analisam a ditadura militar brasileira e outras formas de totalitarismo:


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